Tondela é sede do concelho homónimo, que se encontra situada no Vale de Besteiros, atravessado de um lado pela Serra do Caramulo e pelo rio Dão por outro; o seu orago é Nossa Senhora da Assunção.
No que se refere à toponímia, Tondela tem, como muitas outras terras, a sua lenda; segundo reza a mesma, existia na terra uma “mocetona” e, era “AO TOM D’ELLA” que acorriam os homens bons da antiga vila, os besteiros, para defender a praça de romanos ou mouros; a figura esbelta da mocetona beirã, decidida e corajosa, era símbolo do antigo concelho de Besteiros.
Apesar do território que actualmente constitui a freguesia ter sido ocupado desde os tempos pré-históricos, dada a sua localização entre os castros de Lobão e Nandufe e à profunda romanização que se seguiu, as primeiras referências documentais a Tondela datam do século XII.
Nas Inquirições de D. Afonso III, em 1258, e segundo depoimento de D. Julião, o Rei possuía em Tondela quatro casais reguengos e três cavalarias e meia, esta meia era sujeita a jugada. O facto parece demonstrar que a freguesia era, neste período; uma localidade de cavaleiros e vilãos e que o seu povoamento se efectuou pelo estabelecimento de cavalarias. É o que se conclui, por exemplo, do depoimento do jurado Martinho Soares, pároco das igrejas de Santa Eulália e de Castelões, que declara ter ouvido dizer a João Dias, seu avô, na altura juiz de Besteiros, que só metade de Tondela era do rei e que para o atestar, fora colocado um marco à porta da igreja. A igreja paroquial era da apresentação dos paroquianos.
Nas Inquirições de D. Dinis, em 1288, a freguesia de Tondela aparece englobada no julgado de Besteiros; posteriormente, no século XIV, Tondela aparece integrada na doação de D. Fernando a D. Henrique Manuel de Vilhena e, em 1384, surge nas doações de D. João 1 a Martim Vasques da Cunha e a seu filho.
Tondela foi mais tarde doada por D. João II a seu primo e cunhado o Duque de Beja e futuro rei D. Manuel 1 que, após subir ao trono, a doou a D. Diogo Pereira.
Contudo, mais tarde, D. Manuel concede carta de foral ao concelho de Besteiros, em que se declara estarem sujeitos ao pagamento de jugada, entre outros, o lugar de Tondela.
Apesar de o velho pelourinho de Tondela, ter desaparecido em meados do século XIX, foi da vontade dos habitantes desta povoação de Tondela, que se construísse um novo, que possui duas pontas encimadas por uma Cruz de Cristo e cuja colocação foi sugerida por Amadeu Ferraz de Carvalho, como elemento alusivo ao facto de Tondela ter sido comenda da Ordem de Cristo. Para além do pelourinho, existe outro património cultural e edificado que necessita de ser preservado, como por exemplo: a Igreja Matriz, a Igreja da Senhora do Carmo, as capelas da Ermida, da Senhora do Alívio e da Senhora do Calvário, ainda a ponte romana e as fontes do Outeiro e da Sereia; esta última de grande beleza arquitetónica, sendo um símbolo de Tondela, muito frequente em várias publicações.
No sector económico é notório o melhoramento do nível de vida dos habitantes, assim como o próprio desenvolvimento do local, ambos beneficiados pelas actividades económicas praticadas. As vertentes a que se dedica a maior parte da população activa são: a agricultura e a avicultura, a transformação de madeiras, a construção civil e o comércio.
Nandufe situa-se num vale, a cerca de quatro quilómetros da sede do concelho de Tondela, no distrito de Viseu. O seu orago é S. João Baptista, celebrado anualmente a 24 de Junho; para além desta romaria, realiza-se também a de Nossa Senhorada Graça, anualmente, a 8 de Setembro.
A nível arqueológico merecem especial destaque a célebre Varanda dos Mouros e o relógio de sol, para além de inúmeros vestígios arqueológicos que comprovam a antiguidade do povoamento local. Um importante marco arqueológico é o castro de Nandufe, situado num contraforte sobre o rio Dinha, afluente do Dão, a 300 metros de altitude; há alguns anos foram realizadas algumas escavações no local, que puseram a descoberto alguma pedra aparelhada, tégulas, ímbrices, pesos de tear, mós e moedas, tendo infelizmente desaparecido esse rico espólio; actualmente ainda é posta a descoberto alguma cerâmica doméstica e de construção, nos terrenos circundantes. O povoado era muralhado, conforme se depreende pelos restos de muralhas ali existentes. Após o estudo do material descoberto e dos poucos vestígios restantes, é possível remontar o povoado ao século I ou II.
A terra de Nandufe era honrada e integrava a paróquia de Santa Maria de Canas. No reinado de D. Afonso V foi constituído o senhorio da honra de Nandufe e Molelos, a favor de Henrique Esteves da Veiga, pelos serviços prestados ao rei. Mais tarde, já com o neto de Henrique da Veiga, Diogo Esteves da Veiga, os dois senhorios separaram-se (Molelos e Nandufe). O paço e os bens que constituíam a honra de Nandufe mantiveram-se na família até 1860, ano em que Tomás de Nápoles e Noronha, Visconde de Alenquer, os vendeu a António Caetano Rodrigues, negociante de vinhos do Porto.
No reinado de D. Carlos I, foi criado, por decreto de 4 de Abril de 1891, o título de Visconde de Nandufe, a favor de António Caetano Rodrigues Viana, 1° Visconde de Nandufe; o título passou a seu filho, João Caetano de Almeida Rodrigues Viana.
Nandufe foi um curato da apresentação do abade de Canas de Sabugosa. O já referido concelho de Canas de Sabugosa, no qual se integrava Nandufe, foi extinto com a reforma administrativa de 1836, e a freguesia foi integrada no concelho de Tondela.
No património cultural e edificado de Nandufe destacam-se a Igreja Paroquial, a ponte romana sobre o rio Dinha, a Casa da Quinta de Nandufe e o Solar de Nandufe. Constituem ainda importantes atractivos turísticos a praia fluvial do Castro e os moinhos ao longo do rio Dinha.
A população de Nandufe ocupa-se de actividades essencialmente rurais, destacando-se a agricultura, a pecuária e a avicultura. Nesta povoação são prezada as suas tradições, mantendo viva a memória da cestaria de correias e da ferraria que caracterizam o artesanato local.
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